segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O POTENCIAL INEXPLORADO DA ECONOMIA CRIATIVA EM RONDÔNIA

 

O POTENCIAL INEXPLORADO DA ECONOMIA CRIATIVA EM RONDÔNIA

                                                   Silvio Rodrigues Persivo Cunha

RESUMO - Nas últimas décadas um novo tema de estudo denominado “economia criativa”, que tem como foco as atividades baseadas no capital intelectual passou a ser uma forma de oportunidade para empresas, regiões e países ao permitir  a geração de riquezas, impulsionar o crescimento e a geração de empregos por meio de atividades que possuem em comum a criatividade, como é o caso do design, da arquitetura, do turismo, de produtos culturais e mídias, entre outros. Estes “novos” produtos passam, cada vez mais, a ter maior participação na produção de riqueza e no comércio internacional. Por isto a economia criativa passou a despertar interesse nos governos, academias e ser inserida nas políticas públicas, como forma de expandir o emprego e a renda. No Brasil o conceito já possui iniciativas relevantes, mas, carece de políticas públicas definidas, mesmo, tendo uma secretaria dedicada ao tema.  Este texto propõe-se a analisar o conceito, algumas consequências de sua relevância e defende uma maior discussão e a inclusão da economia criativa nas políticas públicas de Rondônia como forma de estimular o seu desenvolvimento.

Palavras-chave: Economia criativa. Criatividade. Capital intelectual.

 

INTRODUÇÃO

Embora sendo um conceito relativamente novo, já existe quase um consenso de que a “economia criativa” tende a se tornar uma parte, cada vez mais, determinante e crescente da economia global. Em parte isto se verifica por uma evolução decorrente da potencialização da ciência e da tecnologia, de vez que, com a mecanização da agricultura e da indústria, os novos empregos tendem a surgir de atividades de comércio e de serviços, principalmente, dos denominados setores criativos, daí, a maior importância ao papel que o conhecimento e as inovações desempenham como fonte de empregos, de riqueza e de renda. Portanto, as expressões “indústrias criativas” e “economia criativa” são relativamente recentes, decorrentes da “terceira revolução industrial”, a produção contemporânea baseada na era pós-industrial, pós-fordista, do conhecimento e da informação e aprendizado (MIGUEZ, 2007).

Com o peso menor da participação da indústria no PIB-Produto Interno Bruto da grande maioria dos países em relação ao setor de serviços surge a necessidade de reorientar as políticas públicas de emprego, daí, a atenção que os serviços passam a ter, em especial, por conta das mídias digitais e das novas empresas criativas que introduzem no mercado novas  tecnologias digitais revolucionando e tornando os mercados mais sofisticados e instáveis. A atenção para esta singularidade importou em que, na Grã-Bretanha, no final dos anos 1990, durante o governo Tony Blair, se fizesse um extenso mapeamento das atividades ditas criativas, que foram catalogadas em treze áreas estratégicas, que conformariam o que se chama de economia criativa. As áreas escolhidas ultrapassaram as que, normalmente, são incluídas nas políticas culturais, exemplos disto são o design, a moda e os softwares.  A partir daí, o que era tema apenas das academias, as indústrias criativas e a economia criativa passaram a ser não apenas  um campo novo de estudo, mas, a despertar um interesse crescente de planejadores e de políticas públicas.

No Brasil, porém, só no início do século XXI é que começam a proliferar os estudos sobre a questão e para a compreensão do papel da economia criativa e de como pode ser útil para uma política de desenvolvimento local. O objetivo deste trabalho é o de ressaltar os conceitos de economia criativa e suas manifestações na economia de Rondônia, e de sua capital, Porto Velho, propondo políticas públicas para a economia criativa, como uma fonte potencial para crescimento de empresas, da renda e do desenvolvimento econômico. Desta forma, o trabalho foi organizado em duas partes. A primeira discute, e reforça a importância de se dar mais atenção ao conceito de economia criativa, sua amplitude e relevância econômica. A segunda salienta, e sugere, como as manifestações práticas e os exemplos concretos necessitam de uma maior atenção do poder público, das lideranças empresariais e acadêmicas para que se possa explorar com sucesso as oportunidades existentes, o que se explicita nas considerações finais.

2- O CONCEITO DE ECONOMIA CRIATIVA E SUA VISÃO ESTATAL BRASILEIRA

A economia criativa pode ser vista como um conjunto de atividades, bens ou serviços culturais que possuem, por um lado, um processo criativo, que, muitas vezes, é visto como cultural, mas, que, por outro lado, resulta na produção de riqueza econômica. Este conjunto de atividades, bens ou serviços possui como processo principal um ato criativo que, em primeira mão, gera um valor simbólico, e, algumas vezes, único, que tem como base a  capacidade humana de inventar, de imaginar, de criar, seja de forma individual ou coletiva, mas, que importa em formação de preços e na produção de riqueza econômica. O conceito, portanto, abrange mais do que os setores ditos culturais, ligados à produção artístico-cultural, como música, dança, teatro, ópera, circo, pintura, fotografia, cinema, abrangendo inclusive atividades inovadoras como às mídias, à indústria de conteúdos, ao design à arquitetura, entre outros.  No Brasil a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, classificou como  setores criativos aqueles cujas atividades produtivas têm como insumos principais a criatividade e o conhecimento. A partir disto, a economia criativa se caracteriza por ser a economia do intangível, do simbólico, o que não lhe retira nem o valor econômico, nem a característica de ser um mercado competitivo.

O conceito de economia criativa teve, claramente, sua discussão iniciada nos países desenvolvidos na década de 1980, porém, tomou corpo a partir do projeto Creative Nation, surgido na Austrália em 1994, que defendia a importância do trabalho criativo para a economia do país e do uso da tecnologia como aliada das políticas culturais. É, porém, em 2001, com John Howkins, autor de  The Criative Economy: How People Make Money From Ideas (A Economia Criativa: Como as Pessoas Transformam Ideias em Dinheiro), que, ao definir que a economia criativa lida com as ideias, ou seja, que é o negócio das ideias, que a terminologia passa a ser aceita e disseminada. Quase, concomitantemente, são publicados, nos Estados Unidos, os livros  do professor de economia da Universidade de Harvard, Richard Caves, “Creative industries”, em 2001, e o de Richard Florida, The rise of the creative class, em 2002, que assentam, definitivamente, a tese de que na era pós-industrial não é mais apenas o capital que se tem para investir em máquinas e insumos o que irá produzir riqueza e sim as ideias, criatividade, que será um determinante dos negócios de sucesso.

Como se observa o conceito de economia criativa se ampara na criatividade. De acordo com a Unesco (2010), a criatividade se assenta em várias dimensões do fenômeno e nasce da articulação entre diferentes criatividades: científica, tecnológica, cultural e econômica. Segundo ainda John Howkins (2001), a criatividade não é monopólio dos artistas e pode estar presente nos cientistas, empresários, economistas, entre outros, pois, todos eles têm a capacidade de criar algo novo, original, pessoal, significativo e real. Para a UNCTAD, a definição de indústria criativa está nos círculos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que utilizam criatividade e capital intelectual como insumos primários, baseados em atividades de conhecimento que abrangem as artes em geral. São potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de propriedade intelectual; de produtos tangíveis e intelectualmente intangíveis ou serviços artísticos com criatividade, valor econômico e objetivos de mercado que constituem  uma nova dinâmica do setor. E destaca como manifestações da indústria criativa o patrimônio cultural, as artes e a mídia.

No Brasil, como decorrência da importância que o conceito vem tendo, foi em junho de 2012, aprovado por decreto 7743 de 1º de junho de 2012, a criação da Secretaria da Economia Criativa (SEC), subordinada ao Ministério da Cultura,  tendo como missão conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos empreendimentos criativos brasileiros. O objetivo foi o de tornar a cultura um eixo estratégico nas políticas públicas de desenvolvimento do estado brasileiro. E, por isto, a Secretaria da Economia Criativa do MinC formulou um plano para o setor abrangendo o triênio 2011-2014. Neste documento se tenta um conceito para economia criativa e se chega ao seguinte conceito:

os setores criativos são aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e sócia. (MinC, 2011, p.22).

Esta definição alarga o campo de atividades da economia criativa para além

das que são, normalmente, objeto das políticas culturais. Este é o grande sintoma de que o  discurso em torno da economia criativa passa a pertencer mais ao campo da economia que o  da cultura, que é secundário na visão proposta.

É preciso ver que, antecedendo o plano, há uma citação de Celso Furtado, que relaciona o desenvolvimento à criatividade. Neste sentido, a escolha de um economista  para estar na primeira página do plano, mostra que a visão que norteia o documento é de que as ferramentas da economia criativa devem ser um mecanismo para promover o desenvolvimento econômico.   Ou seja, o plano pretende adequar o setor cultural a um modelo de desenvolvimento econômico mais abrangente, que leve em conta o potencial  empregador e inovador das atividades culturais e criativas.  Esta parece ser uma visão capaz de dar dinamismo à economia criativa brasileira na medida em que o conceito pode ser a fonte de políticas públicas que, efetivamente, modifiquem a forma de ver não somente dos fenômenos culturais, como das cidades como fontes de novos negócios e empreendimentos. A percepção de que é preciso dar prioridade aos aspectos singulares de economias estaduais e locais, de que é imprescindível que se utilize os potenciais típicos de cada espaço, como a comida e/os costumes, é um sintoma de que o conceito de economia criativa começa a tomar forma como base das políticas públicas.

3. POTENCIALIDADES E POLÍTICAS PÚBLICAS

Já existem exemplos relevantes de que as políticas públicas de economia criativa podem impulsionar a melhoria de vida, a geração de renda e de emprego. No Brasil um exemplo relevante é o Projeto Porto Digital, na capital de Pernambuco, que, com cerca de 150 empresas de TI, duas instituições de ensino, duas instituições de pesquisa, 20 empresas incubadas de base tecnológica, 14 empresas incubadas de economia criativa, oito empresas de serviços associados e quatro entidades empresariais de classe, o  gera mais de 6,5 mil empregos diretos. O cluster ocupa 40 mil metros quadrados no Recife Antigo, onde estão outros importantes equipamentos da economia da cultura apoiados pelo BNDES, como o Paço do Frevo e o museu Cais do Sertão. A Unesco (2008, 2010) defende a tese de que a economia criativa é uma forma de impulsionar o crescimento econômico e representa uma alternativa para o desenvolvimento, por ter como matéria-prima base a criatividade e utilizar características culturais e sociais de cada país/região,  com a vantagem  de produzir bens e serviços únicos. Ainda segundo os documentos da Unesco os benefícios da  economia criativa podem obtidos por meio de: i) da criação de empregos, exportação, promoção e inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento humano; ii) do entrelaçamento entre economia, cultura e aspectos sociais com tecnologia, propriedade intelectual e objetivos turísticos; iii) de um sistema econômico baseado no conhecimento desenvolvendo a dimensão e através da interligação entre elementos macro e micro da economia; e iv) do desenvolvimento da inovação através de políticas multi-disciplinares.

Contudo, apesar de iniciativas relevantes e da percepção da importância das potencialidades da economia criativa a sua importância ainda parece estar muito distante de ser compreendida. Existem iniciativas que, efetivamente, dependem de recursos, mas, a compreensão do tema e sua inclusão nas políticas públicas parece ser um empecilho importante para que medidas mais efetivas sejam discutidas e executadas. Um exemplo disto é que a maior festa brasileira, o carnaval, em 2108, depois de três anos em queda, movimentou financeiramente  R$ 6,25 bilhões na economia. O  Ministério do Turismo estimou que a festa envolveu 11 milhões de turistas, entre os quais 400 mil estrangeiros. É, portanto, um movimento relevante e o carnaval é um produto típico da economia criativa. Em Porto Velho, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomercio Rondônia, o carnaval  girou, em 2018, cerca de R$ 400 milhões, o que são recursos significativos. No entanto, como se constata abaixo, um importante bloco da cidade não conseguiu desfilar:

Galo da Meia Noite é impedido de desfilar em Porto Velho

Considerado o segundo maior bloco carnavalesco de Porto Velho, o Galo da Meia Noite está prestes a não se apresentar no carnaval deste ano. De acordo com o Blog do Zé Katraca os diretores do bloco, Edson José Caula e Benjamim Mourão disseram que, por motivos alheios à vontade da diretoria, o Galo da Meia Noite pode não desfilar na quinta feira dia 8 de fevereiro, pelo tradicional circuito ‘Caiari’, formado pelas ruas Rogério Weber, Pinheiro Machado, Joaquim Nabuco, Carlos Gomes até a praça das Três Caixas D’água. ‘Infelizmente não conseguimos superar a burocracia que norteia em torno desse tipo de evento. Sabemos que temos culpa, por não cumprirmos parte do que ficou acordado com os órgãos financeiros da prefeitura de Porto Velho, porém, entidades como o Galo da Meia Noite e a Banda do Vai Quem Quer deveriam há muito tempo, fazer parte do Patrimônio Imaterial do município de Porto Velho e até do estado de Rondônia’, disse Edson José” (JH Notícias, 2018).

Realmente, houve problemas na prestação de contas do bloco, mas, o que o dirigente disse também tem muito de realidade e da falta de atenção que a economia criativa possui. Na verdade, os blocos carnavalescos enfrentam não somente uma questão de muita burocracia, em especial quando necessitam de recursos públicos, mas, mesmo quando não precisam, são exigidos para qualquer desfile uma série de documentos e cumprimento de requisitos que importam num custo muito alto, como por exemplo, licenças de bombeiros, requisitos de segurança, questões relativas a trajeto e policiamento que, não poucas vezes, impedem ou acabam com iniciativas carnavalescas. Em Porto Velho, mesmo iniciativas tradicionais, como o Arraial Flor de Maracujá ou feiras agropecuárias já tiveram interrupções na sua realização por conta de exigências burocráticas. Em suma, não se leva em conta os efeitos econômicos de muitas festas públicas.

É preciso, por conseguinte, que exista uma maior discussão da importância da economia criativa, bem como das potencialidades dela, em relação aos municípios e ao próprio Estado de Rondônia. É verdade que já existem, mas, de forma isolada, iniciativas que visam estimular a economia criativa, inclusive na gastronomia, que é um rico filão local a ser devidamente explorado. A realidade é que, em Rondônia, a economia criativa, mesmo no meio acadêmico, é um assunto relativamente novo. E, muitas iniciativas recentes estão no seu âmbito, mas, nem são tratadas como tal, como é o caso, por exemplo, o Festival Gastronômico Cacoal Sabor ou um projeto como o “Projeto Porto Velho Sport Fishing”, que pretende transformar Porto Velho na capital da pesca esportiva.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A  economia criativa é um conceito relativamente novo que se baseia  na inovação, intuição, criatividade e em novos produtos e serviços, que é uma característica da produção da sociedade contemporânea. Por suas características teve um desenvolvimento muito maior nos países mais desenvolvidos e com sistemas educacionais melhores e mais escolaridade. No entanto, mesmo nos países menos desenvolvidos, há muitas oportunidades de inovação e a potencialidade de fenômenos, características e especificidades locais que podem estimular maior geração de emprego e de renda.

No caso brasileiro as possibilidades são muito grandes dadas as suas características de país continental com costumes diversificados, abundância de matéria prima, patrimônio cultural e artístico. Inclusive já existem, até mesmo em setores modernos, como o da mídia, iniciativas que se revelaram promissoras, em especial se cita o caso do projeto pernambucano Porto Digital. A criação de Secretaria da Economia Criativa (SEC), subordinada ao Ministério da Cultura, e de um plano de economia criativa já é um sintoma de que existe uma movimentação estatal em torno da ideia, mas, não existem políticas públicas em especial nos estados e municípios.

Neste sentido, este artigo tem como principal objetivo fomentar a discussão de discussões sobre a economia criativa e a criação de políticas públicas no Estado de Rondônia onde, o tema, apesar de importante continua a ser relegado sem ter a importância que é devida para uma região que, com a economia baseada, principalmente, em comércio e serviços tem que, inevitavelmente, dar uma maior atenção à economia criativa.

 

BIBLIOGRAFIA

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G1 Rondônia.  Festival gastronômico compõe calendário do mês de aniversário de Cacoal https://g1.globo.com/ro/cacoal-e-zona-da-mata/noticia/festival-gastronomico-compoe-calendario-do-mes-de-aniversario-de-cacoal.ghtml. Capturado em 03 de abril de 2018.

HOWKINS, J. The creative economy: how people make money from ideas. London: Penguin Press, 2001.

JH Notícias. CARNAVAL 2018 – Galo da Meia Noite é impedido de desfilar em Porto Velho.  https://jhnoticias.com.br/geral/carnaval-2018-galo-da-meia-noite-e-impedido-de-desfilar-em-porto-velho/. Capturado em 18 de fevereiro de 2018.

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Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 – 2014, Brasília, Ministério da Cultura, 2011.

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UNESCO. Creative economy: report 2010. Nova York: United Nation, 2010.