Empreender: o
#FazerAcontecer além de um CNPJ
Por Marcio
Zeppelini (*)
No mundo atual, em que a
velocidade das transformações dita o ritmo, “empreender” deixou de ser sinônimo
de abrir uma empresa. A palavra ganhou densidade. Empreender não é privilégio
de poucos nem se resume a um CNPJ ou a um balanço no fim do mês. É, sobretudo,
uma atitude: a disposição de construir, inovar e transformar.
Jean Cocteau resumiu essa
postura ao afirmar: “Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.” A frase
encapsula o espírito do #FazerAcontecer — identificar um problema, uma
necessidade ou um vazio e ter a iniciativa de buscar uma solução. Empreender é
colocar energia, tempo e propósito na criação de algo que gere impacto
positivo.
Sim, você pode empreender
ao fundar uma startup capaz de remodelar um setor. Mas também empreende a mãe
que organiza a festa do filho, o voluntário que se dedica a uma causa social, o
grupo que revitaliza uma praça ou o profissional que, dentro de uma grande
empresa, propõe uma nova metodologia de trabalho. Empreendimento é tudo aquilo
que se constrói passo a passo, com intenção e dedicação. É realização na forma
mais concreta.
Empreendedorismo e
sociedade: a inquietude que move o mundo
Na essência, empreender é
entregar valor. É olhar para a sociedade e se perguntar: “Como posso melhorar
isso? Como posso provocar uma mudança real?” Muitas vezes surge a dúvida: “Se
tenho propósito social, posso ter lucro?” Pode — e deve. Propósito e sustentabilidade
financeira não se anulam; quando caminham juntos, fortalecem o impacto.
Construir um negócio que
gera receita e, ao mesmo tempo, benefícios sociais é plenamente possível. O
ganho financeiro torna-se consequência de um trabalho bem-feito, guiado por
propósito. Ele não deveria ser o único motivo da ação, mas um dos resultados naturais
de uma entrega consistente.
O Setor 2.5: onde
propósito e modelo de negócio convergem
Avança no Brasil o debate
sobre negócios de impacto, as organizações do chamado “setor dois e meio”. São
iniciativas que nascem com o objetivo de resolver questões sociais ou
ambientais, como moradia, educação, saúde ou inclusão digital.
A diferença está no
modelo: esses negócios são financeiramente sustentáveis. Geram receita, pagam
seus custos e reinvestem o lucro na ampliação do impacto. O investidor pode
recuperar seu capital, mas o foco principal é o avanço da causa. O sucesso é
mensurado não só pelo faturamento, mas pela transformação gerada na vida das
pessoas e nos territórios.
É a materialização de um
sonho coletivo — um caminho em que #Inspiração e #Atitude realmente conseguem
#FazerAcontecer.
Por onde começar?
Se a vontade de construir
algo existe, mas o caminho ainda parece nebuloso, tudo bem. Empreender é uma
jornada de persistência. O Brasil segue como um dos países mais empreendedores
do mundo, o que evidencia que essa inquietude faz parte da nossa cultura.
Alguns pontos de partida:
Problemas e
oportunidades: onde o incômodo vira ação
Observe seu entorno.
Quais problemas te incomodam? O que poderia ser melhor? Muitas soluções
nasceram justamente da insatisfação — de aplicativos de entrega a serviços
digitais que simplificaram rotinas. A “incomodação” é semente para inovação.
Segmento de atuação:
defina onde quer estar
Entre tantas causas e
setores possíveis, qual realmente conversa com você? Educação,
sustentabilidade, finanças, saúde, moradia? Foco é fundamental.
Público-alvo: quem você
quer impactar?
Compreender profundamente
quem vivencia o problema é condição básica. Sonhos, dores, hábitos, barreiras —
tudo isso importa. Sem conexão com o público, a melhor ideia não se sustenta.
Concorrência: aprender
com quem já atua
Identifique quem já está
no mesmo campo. Não para copiar, mas para entender. Analisar boas práticas,
lacunas e oportunidades é parte do processo de construção de valor.
Necessidades: recursos
tangíveis e intangíveis
Defina o que será
necessário — produtos, serviços, equipamentos, investimentos. Mas não subestime
os recursos intangíveis: habilidades, rede de contatos, criatividade, tempo,
persistência. Eles são, muitas vezes, tão relevantes quanto capital.
Validação: testar,
aprender e ajustar
Ideias brilham na cabeça,
mas precisam enfrentar a realidade. Testes, conversas, protótipos e pesquisas
trazem respostas. Ajustes fazem parte da jornada. Feito é melhor que perfeito.
Capacitação e informação:
conhecimento como propulsor
Busque formação e
referências qualificadas. Aprendizado constante é combustível para a evolução.
Sebrae e Instituto Filantropia, por exemplo, são bons pontos de partida.
Networking: o valor das
conexões
Relacionamentos movem
negócios. Criar vínculos, trocar experiências e formar parcerias estratégicas
acelera trajetórias. Ser genuíno e oferecer antes de pedir abre caminhos que o
talento sozinho não abre.
Plano de negócio: direção
e clareza
Com as informações
organizadas, coloque o plano no papel. Defina metas, objetivos e indicadores. A
metodologia SMART (Específico, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporal)
ajuda a dar firmeza ao caminho e mapear riscos é essencial para executar com confiança.
Formalização: estrutura
para crescer
Quando o projeto evolui,
formalizar o negócio, mesmo como Microempreendedor Individual (MEI), amplia
credibilidade, permite emissão de nota e abre acesso a fornecedores e
oportunidades.
A magia está em você
Empreender é um ciclo
contínuo de sonhar, planejar, executar e aprender. É aceitar erros, insistir,
improvisar e avançar. Não espere condições ideais: comece com o que tem. Não se
limite ao visível: explore o que ainda não existe. Não mire o mínimo: busque
impacto.
A magia do
#FazerAcontecer não está em técnicas mirabolantes, mas na capacidade humana de
transformar inspiração em realização. O convite é simples: levante a cabeça,
deixe para trás o que não serve mais, abra espaço para novas ideias e siga. O
movimento é essencial.
(*) é
conhecido como ZEPPA, é empresário, empreendedor social e palestrante.
Autor de “A Magia de #FazerAcontecer”. CEO da Rede Filantropia,
diretor-executivo da Zeppelini Publishers e CMO da G&F Projetos de Impacto.
Mais em: www.zeppa.com.br.
