A automatização e o futuro das profissões
Henrique Netzka (*)
A inteligência artificial (IA) e os
avanços tecnológicos trouxeram diversas discussões a respeito do futuro das
profissões e da maneira como as empresas realizarão suas atividades no futuro.
Em meio às divergências criadas a respeito do tema, a automatização de
processos surge como um cenário de mudança que demandará a requalificação de
diversos segmentos e trará diversas alternativas para a forma que executamos as
atividades.
No Fórum Mundial de Davos, em 2016, foi
alertado sobre uma nova transformação estrutural que está em andamento na
economia mundial. Essas mudanças apontaram para uma ‘Quarta Revolução’, a
digital, gerando uma fusão de tecnologias. Essa nova revolução traria impactos
nos modelos e formas de fazer negócios e no mercado de trabalho, afetando todos
os setores da economia e acarretando em mudanças, inclusive com trabalhos
intelectuais mais repetitivos substituídos pela robotização.
A partir disso, o Fórum Econômico Mundial
vem estudando o assunto e publicou o “The Future of Employment: How susceptible
are Jobs to Computerisation?”. À medida que os avanços nas tecnologias de
Machine Learning e robótica avançarem, será inevitável a substituição de
funções hoje ocupadas por humanos.
Mesmo com toda a insegurança causada por
essa evolução, hoje sabemos que a tecnologia vem para melhorar e potencializar
processos mecânicos que antes dependiam exclusivamente do ser humano e não
substituí-los. A economia de tempo e otimização dos processos é o grande trunfo
da automatização e partem como grandes aliados, transformando todo o processo
em ganhos para o segmento.
Em geral, o avanço da IA está diretamente
relacionado ao seu potencial de promoção de ganhos econômicos. Segundo um
levantamento da McKinsey, de novembro de 2019, 63% das empresas relataram algum
ganho econômico com a aplicação de IA. Esses efeitos foram sentidos nas áreas
de marketing e vendas, desenvolvimento de produto e cadeia produtiva. Uma
redução de custos também foi notada na manufatura e recursos humanos. Dentre os
setores empresariais com maior incorporação de inteligência artificial em seus
procedimentos, foram destacados os de alta tecnologia (78%), automotivo (76%),
telecomunicações (72%), transporte e viagens (64%) e finanças (62%).
A transformação tecnológica não é um
fenômeno novo, mas sim uma realidade que sempre desafiou os trabalhadores. É
fato que todas as profissões serão transformadas, porém, mais do que isso, o
mercado passará por um ritmo de inovação cada vez mais acelerado e quem não
conseguir acompanhar vai ficar, inevitavelmente, para trás. Assim como o famoso
Life Long Learning, ou “aprendizado contínuo”, que tem o propósito de se manter
em dia com as novas ferramentas de trabalho e tendências se destacando no
mercado.
Em suma, a automatização de processos e a
implantação de ferramentas digitalizadoras são o presente e o futuro, cabe às
empresas compreenderem que essas não são apenas possibilidades, mas sim
necessidades para que possam se manter à frente em seus mercados. Acompanhar
tendências gera ganhos em eficiência e produtividade, a partir dessas
inovações, são formadas empresas mais sólidas, competitivas e disruptivas.
(*) É CEO e co-founder do Nimbly.
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