A
vez da energia limpa
Janguiê
Diniz
É
na crise que surgem as grandes oportunidades.
Muito
tem se falado da crise econômica que assola o país deixando milhares de
desempregados e causando recessão em vários setores da economia. Entretanto,
apesar do atual quadro econômico, a frase com a qual abri esse texto é uma
realidade para o setor de energia limpa, como as de geração de energia eólica e
solar, que continuam mostrando dinamismo e projetando crescimento para os
próximos anos, registrando bons níveis de desenvolvimento e atraindo
investidores.
O
Brasil é o sétimo país do mundo que mais investe em energia limpa e o sexto
mais atrativo devido às condições naturais. Atualmente, somos o quarto maior
produtor de energia eólica no mundo, ficando atrás apenas da China, Alemanha e
Estados Unidos, respectivamente. Entretanto, essa não é a principal fonte
energética do nosso país.
A
liderança energética no Brasil ainda é da energia hídrica, que responde por
66,7% da produção, seguidos por combustíveis fósseis (17,5%), biomassa (8,8%) e
energia nuclear (1,3%), segundo dados da Aneel. Vale ressaltar que a energia
eólica é a segunda fonte mais barata, sendo superada apenas pela hídrica, e
apesar disto, hoje, representa apenas 5,81% da produção.
Além
de garantir a segurança do sistema elétrico, os baixos custos fazem a energia
eólica ser altamente competitiva. Tal informação tem respaldo nos resultados de
crescimento global do setor, que, mesmo em tempos de crise, colocou o Brasil na
10ª posição no ranking mundial de capacidade instalada em 2015. Foram R$ 20
bilhões em investimentos e 41 mil empregos gerados.
É
impressionante o nível de crescimento dos segmentos eólico e solar, que crescem
a taxas de dois dígitos por ano e, com alto potencial de expansão. Juntos,
ambos devem criar 828 mil empregos até 2020. Além dos estímulos públicos e de
compromissos ambientais internacionais, o fator que está gerando esse grande
crescimento é a redução no custo de implantação, graças ao ganho de escala e
inovações tecnológicas.
A
iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a todas as
nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a dependência dos
combustíveis fósseis, como o carvão mineral, gás natural e o petróleo, e
aumentar a participação das energias renováveis.
De
acordo com o Greenpeace, o Brasil pode ter sua matriz energética
majoritariamente limpa até 2050. Segundo o relatório [R]evolução Energética,
daqui a aproximadamente 30 anos, a matriz pode contar com 66,5% de fontes como
vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico, industrial e de
transportes.
O
alto índice de crescimento do setor de energia limpa é justificado por uma
série de fatores, não apenas a crise econômica e o baixo custo de produção. O
segmento tem unido todas as características que propiciam o desenvolvimento em
qualquer setor: baixo custo, oportunidade, tecnologia e projeção de longevidade
do negócio.
O
Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética
limpa. Ao contrário do que acontecia no passado, as energias renováveis – em
especial a solar e eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam
recursos locais e criam mais empregos. Utilizar a energia renovável agora é
mais uma vantagem econômica e capaz de reduzir a dependência de combustíveis
importados.
(*)
Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário
Maurício de Nassau – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do
Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
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