Crowfunding: como as “vaquinhas
virtuais” ajudam a capitalizar boas ideias
Lélio Braga Calhau (*)
Um dos grandes obstáculos para os
empreendedores é levantar dinheiro para capitalizar uma boa ideia. Conseguir
financiamento nos tempos atuais é uma situação cada vez mais distante para a
grande maioria dos brasileiros, ainda mais no patamar de juros que estão sendo
cobrados pelo mercado financeiro. Segundo uma notícia publicada no UOL Economia, o programa
de milhagens Smiles lançou uma vaquinha virtual, para viabilizar a
viagem dos sonhos sem dinheiro. A ação chamou a atenção novamente para o tema
do crowfunding, mas o que é isso afinal?
O crowfunding, conhecido
aqui no Brasil como "financiamento coletivo" ou "vaquinha
virtual", é uma reunião de forças múltiplas para se levantar dinheiro para
um fim específico. Nesse modelo, você cria um projeto de interesse coletivo e o
coloca na internet, convidando as pessoas para o apoiarem com quantias que
podem começar com valores mínimos até a um pagamento vultoso de suas
necessidades. Quem se interessa pelo projeto, ajuda com o que pode, mesmo que
em alguns casos, seja apenas um real.
Centenas de pessoas estão procurando
hoje, através de vaquinhas virtuais, financiamento coletivo na internet com
projetos mais variados possíveis. Alguns buscam recursos para desenvolver e
imprimir livros de poesias, outros são músicos e buscam recursos para lançar um
CD, outra pessoa fez um tour pelo país dando palestras de empreendedorismo para
jovens, uma ONG busca criar um santuário animal com mais recursos, alguns
jovens buscam criar um jogo de tabuleiro no estilo RPG, artistas buscam
recursos para montar um espetáculo de teatro e amigos buscam ajuda financeira
para custear o tratamento de saúde de uma pessoa, entre outros.
Não há limitações para se montar e
buscar recursos financeiros para um projeto de financiamento coletivo. Depende
de ele atrair um número de interessados em contribuir com a causa, que não mais
necessitam estar geograficamente perto do empreendedor. A ajuda pode vir do
outro lado do país ou até do exterior.
Por fim, o financiamento coletivo
também não é um remédio para todos empreendedores, que necessitam de recursos
para montar um negócio. Todavia, se o projeto for bem elaborado, ético e
conseguir tocar emocionalmente os colaboradores, ele pode ser uma ferramenta
útil. A qualidade do que se propõe a fazer e o engajamento de possíveis
colaboradores pode ser mais uma opção realista para a implantação do seu sonho.
(*) é Promotor de Justiça de defesa
do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia
pela UNIVALE, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ, palestrante
e Coordenador do site e do Podcast "Educação Financeira para Todos".
Ilustração: gijn.org
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