Smart Cities: cidades cada vez mais
inteligentes
Carlos Sandrini (*)
Nas cidades inteligentes, o cidadão e
os serviços essenciais estão conectados, utilizam energia limpa, reaproveitam a
água, tratam o lixo, compartilham produtos, serviços e espaços, se deslocam com
facilidade e usufruem de serviços públicos de qualidade. Além disso, a cidade
inteligente cria laços culturais que une seus habitantes, propicia
desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida.
Em busca do status de Smart City,
cidades de todas as regiões do planeta irão investir entre US$ 930 bilhões e
US$ 1,7 trilhões ao ano até 2025. Porém, mais do que investimentos, a cidade
para ser inteligente, necessita de iniciativas inteligentes do poder executivo
e legislativo.
A iniciativa privada tem se reunido em
fóruns mundiais, como o SmartCity Business America, para
apontar soluções e oportunidades de negócios no mercado das Smart Cities. Entre
as adaptações, que seguem o desejo da população, estão a adoção de conceitos e
tecnologias sustentáveis; inclusão urbana, ao contrário do isolamento das
periferias; educação agregadora para evitar a radicalização; foco total na
educação presencial e inclusiva até os 18 anos; e planejamento urbano que
contemple os espaços para ensino e educação, que hoje não é apenas uma questão
acadêmica.
Com essas novas características, as
cidades inteligentes terão um aumento da oferta de emprego nos setores
públicos, de hospitalidade e, principalmente, da economia criativa, área que
tem crescido exponencialmente, tendo como processo principal o ato criativo e
resultando, entre outros, na transformação da cultura local em riqueza
econômica.
Essa evolução social e cultural promete
gerar novo desejos, fazendo com que a cidade seja utilizada cada vez mais por
prazer e promovendo ideais como inclusão, aproximação, conectividade, relacionamento
e compartilhamento. O conceito aborda, também, a verticalização das cidades,
com práticas sustentáveis e encurtando distâncias com soluções inteligentes de
transporte, com o carro deixando de ser sonho de consumo; e uma transformação
legislativa, que deverá possibilitar e encurtar caminhos para o desejo da
maioria.
As novas tecnologias vão permitir,
ainda, que as pessoas possam trabalhar em casa, além de não precisarem se
deslocar para adquirir o básico ou resolverem problemas burocráticos. Não tem
mais lógica as pessoas se dividirem diariamente entre dois ambientes (residencial
e comercial). Assim como não existe lógica no horário comercial padrão. Por
qual motivo a maioria das pessoas é obrigada a se deslocar nos mesmos horários?
Veremos, em breve, o fim dos prédios comerciais como conhecemos. Já os
prédios residenciais ganharão novos conceitos e funcionalidades.
Fica claro que os próximos anos serão
de transformações intensas nos grandes centros urbanos. O conceito das Smart
Cities tem ganhado força em todos os continentes e, em breve, seus benefícios
estarão presente em nossas vidas. Em um ambiente cada vez mais degradado e com
dicotomias religiosas e políticas, as cidades inteligentes, apostando na
inclusão, em soluções compartilhadas e em serviços públicos eficazes, podem
representar a oportunidade de viver numa sociedade ideal.
Ilustração: www.mercadosdofuturo.com.br
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