Você
precisa ter um 'Elon Musk' na sua gestão
Pedro
Signorelli (*)
Elon
Musk e Donald Trump possuem uma relação conturbada, ora se entendendo sobre
algumas questões, ora se desentendendo sobre outras, em uma briga de egos onde
quem ganha é quem tem mais poder. E mesmo que estejamos falando do presidente
dos Estados Unidos, Musk não fica atrás quando o assunto é ter influência,
tanto que foi o próprio Trump que o chamou para ser o chefe do Departamento de
Eficiência Governamental.
Além disso, sendo o dono do X (antigo Twitter),
Musk foi capaz de realizar um feito positivo para a campanha presidencial de
Trump nas redes sociais, fazendo com que informações chegassem a um número
gigantesco de usuários. Dados da Associated Press revelam que
o bilionário gastou cerca de 200 milhões de dólares em apoio ao atual
presidente, o que podemos considerar um claro conflito de interesses, mas isso
é história para outro texto.
Enquanto rolam especulações sobre sua possível saída do governo, paro para
refletir sobre as ações dele nesse tempo. Deixando de lado as polêmicas e
controvérsias para analisar apenas a parte profissional, considero que Musk
pode ser peça fundamental em qualquer gestão. Mas por quê? Ele é uma pessoa que
tem bastante foco e clareza onde quer chegar, trabalhando principalmente por
resultados, e conseguindo entregá-los.
Acredito que essa seja a forma ideal para qualquer colaborador trabalhar em uma
empresa, independente de sua função. Elon Musk já esteve em diferentes
companhias e atuou em segmentos distintos, adquirindo conhecimento e
experiência para conseguir ter uma visão maior e melhor de cada situação,
conseguindo trazer eficiência diante de adversidades, como por exemplo, a
demissão em massa que promoveu no X.
Neste sentido, penso que talvez ele possua hard skills que o
destaquem, além de ter uma visão de que o erro serve como um aprendizado e que
o desafio pode impulsionar a ir além. Afinal, Elon Musk acabou com o ‘meme’ de
que o foguete não anda de ré, pois conseguiu colocar essa ação em prática
na SpaceX. Ou seja, é um storyline que faz com que
as ações dele gerem valor com o passar do tempo, por meio de competência.
Aqui não estou defendendo ou julgando, mas sim expondo como algumas atitudes desta
figura, que gera tanto controvérsia, conseguem ser úteis em uma gestão. Claro
que Elon Musk comete erros e um dos piores, para mim, foi quando solicitou por
e-mail a todos os colaboradores que enviassem uma lista de suas realizações
semanais. Essa ação passou por cima de qualquer hierarquia, desrespeitando as
pessoas de forma geral.
Toda
companhia deve aprender a trabalhar com confiança, caso contrário, não haverá
avanço. Existem outras maneiras de conseguir saber como o trabalho de cada
integrante do time está impactando e gerando resultados para a empresa, não
pegando as pessoas de surpresa. A liderança precisa estar atenta para conseguir
orientar da melhor maneira, direcionando para onde devem ir. Ele precisava
chegar aos resultados, será que considerou solicitar via processo normal para
cada liderança? Será que teria as respostas a tempo?
Em situações mais graves, é preciso atuação enérgica, onde às vezes é mais
importante mandar um recado do que a ação em si. Isso é responsabilidade da
liderança aplicar nos momentos em que achar adequado. Não creio que temos
elementos para julgar se era adequado ou necessário. Tem muita coisa que
acontece por trás das cortinas. Mas precisamos aprender com estas situações,
seja para aplicá-las em nosso contexto, seja para decidir, definitivamente, que
não é o caso.
(*) é um dos maiores
especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Mais informações
acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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